Supermercado e empresa de lazer são condenados a indenizar família de criança após comentário de funcionárias sobre piolho

  • 09/12/2025
(Foto: Reprodução)
Sentença foi expedida no Fórum de Caieiras (SP) Reprodução/Google Street View Um supermercado de Jundiaí (SP) foi condenado a indenizar por danos morais a família de uma criança depois de um comentário feito por duas funcionárias da área kids. O caso aconteceu no dia 11 de dezembro de 2024, mas a ação foi apresentada à Justiça no dia 7 de fevereiro deste ano. As monitoras fazem parte de uma empresa terceirizada que administra a área de lazer para crianças no supermercado. Por isso, a companhia também foi condenada por danos morais. O valor da indenização é R$ 6 mil. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Veja os vídeos que estão em alta no g1 Conforme o documento, a menina, de quatro anos, e o irmão mais velho foram deixados pela mãe no espaço infantil, que cobrou R$ 60 pelo serviço. Quando a mãe retornou, o filho começou a chorar e implorou para que nunca mais fosse deixado no local. Ainda segundo a sentença, o menino relatou que as duas funcionárias discriminaram a irmã "porque ela possui pele parda e cabelo afrodescendente". A criança também disse que ouviu as duas dizerem: "Essa neguinha está cheia de piolho". No entanto, conforme os vídeos de câmeras analisados pela Justiça, só foi possível ouvir as funcionárias perguntando se a menina estava com piolho. Conforme as descrições do documento, em outro vídeo, a criança é novamente abordada pelas funcionárias, que voltam a questionar se ela está com piolho. Em seguida, uma das colaboradoras aponta para outra criança e diz: "Ela falou que você está". Ainda segundo as descrições, as funcionárias também se aproximam do irmão da menina e perguntam sobre a higiene dela. Em determinado momento, elas fazem gestos com a mão, como se estivessem esfregando a cabeça, e questionam se a mãe "tirou o piolho" e se "não mandou nem um 'elastiquinho' para prender o cabelo". Ainda conforme a sentença, uma das funcionárias também tentou persuadir o irmão a não contar para a mãe sobre o ocorrido, porque poderia "dar problema". Segundo o documento, a abordagem das funcionárias não foi adequada e constrangeu as crianças, o que caracterizou falha na prestação do serviço e resultou na condenação por danos morais. A decisão aponta que, embora a família tenha denunciado o caso inicialmente como racismo, a Justiça não considerou a alegação. No documento, o juiz afirma que não foi possível comprovar a fala e que também "não há como verificar se o questionamento sobre os piolhos teve ligação com preconceito racial". No entanto, a empresa e o supermercado não conseguiram apresentar provas de que a menina teria sido abordada de maneira discreta. Posicionamentos da GSK e do Assaí Em nota ao g1, a GSK afirmou que repudia qualquer forma de racismo e discriminação, e que atua pautada pelo respeito, pela inclusão e pela responsabilidade no cuidado com as crianças. A empresa lamentou profundamente o ocorrido e disse que pretende aprimorar procedimentos para garantir um ambiente seguro, acolhedor e respeitoso. A companhia informou ainda que colaborou com o Judiciário, mantendo transparência e disposição para esclarecer todas as etapas do caso, e que apurou a situação internamente. O Assaí, responsável pela unidade, afirmou, em nota, que não tolera atitudes discriminatórias de qualquer natureza. A empresa informou que, ao saber do caso, questionou imediatamente a GSK Kids e cobrou medidas para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer, além de acompanhar o caso junto à terceirizada. *Colaborou sob supervisão de Júlia Martins Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2025/12/09/supermercado-e-empresa-de-lazer-sao-condenados-a-indenizar-familia-de-crianca-apos-comentario-de-funcionarias-sobre-piolho.ghtml


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