Desmatamento em Ribeirão Pires, na Grande SP, cresce dez vezes nos últimos 6 anos
03/11/2025
(Foto: Reprodução) Desmatamento cresce 10 vezes em Ribeirão Pires
O desmatamento em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, aumentou dez vezes nos últimos seis anos. Apenas em 2025, o equivalente a cinco campos de futebol de vegetação nativa foi derrubado de forma irregular, segundo dados do monitoramento ambiental do governo estadual.
Os números mostram que a retirada irregular de cobertura vegetal nativa cresceu de forma expressiva desde 2019. Naquele ano, o índice de desmatamento foi de 0,51 hectare. Em 2022, o valor saltou para 14,97 hectares. Em 2025, mesmo antes do fim do ano, o total já chega a 5,09 hectares, o segundo pior resultado em sete anos.
Evolução do desmatamento em Ribeirão Pires
2019: 0,51 hectare
2020: 0,11 hectare
2021: 0,66 hectare
2022: 14,97 hectares
2023: 3,57 hectares
2024: 3,68 hectares
2025: 5,09 hectares
O advogado Douglas Nadalini, especializado em direito ambiental, lembra que qualquer intervenção desse tipo precisa de autorização prévia.
“O município de Ribeirão Pires está em área de proteção e recuperação de mananciais. A supressão de vegetação nele, como em outros municípios, sempre depende de uma autorização de supressão de vegetação que é precedida de uma avaliação ambiental de caracterização daquela vegetação, que vai identificar: que tipo de árvore, qual é aquela fisionomia, e a possibilidade ou não da sua supressão e, sendo possível, a sua compensação ambiental respectiva”, explicou.
Já o membro do Conselho Ambiental de Ribeirão Pires, Altair da Conceição, afirma que o órgão não analisou nenhum pedido de autorização para remoção de árvores em ao menos cinco casos recentes na cidade.
“Não tem estudo de nada, porque não passa pela gente, a gente não sabe. Isso aqui é um crime ambiental, o que vem ocorrendo na região é um crime. Não passa pelo conselho. Quando a gente vai ver, ter ciência da coisa, já tá levantada a coisa”, relatou.
Procurada, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou em nota que o município vive um “novo momento de desenvolvimento” e que esse avanço é “planejado e responsável”.
A administração municipal informou que possui diversos selos de gestão sustentável e que segue rigorosamente a legislação ambiental. Disse ainda que todas as obras na cidade têm autorização, “com exceção da que está com a placa da Sabesp, que nem a própria empresa de saneamento reconhece”.
Segundo a prefeitura, o proprietário da área dessa obra já morreu. A gestão afirma que realizou quatro visitas ao local, mas o terreno estava fechado em todas, e que continuará realizando ações de fiscalização.
Ribeirão Pires, na Grande SP, que registra aumento de desmatamento
Reprodução/TV Globo