Complexo prisional onde suspeita de negociar com facções foi presa é conhecido por abrigar detentos famosos

  • 03/07/2025
(Foto: Reprodução)
Complexo prisional em Tremembé, no interior de São Paulo, costuma receber presos envolvidos em casos de grande repercussão. Objetivo é garantir a segurança e a privacidade dos internos. Mulher é presa suspeita de negociar armas e drogas para o PCC e CV Conhecida como Ana Paraguaya, Ana Lucia Ferreira deu entrada no complexo prisional de Tremembé (SP) na tarde desta quinta-feira (3). A mulher, que é suspeita de negociar armas e drogas para traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV), vai ficar detida na P1 feminina da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp Famoso por receber presos envolvidos em casos de grande repercussão nacional, o complexo prisional de Tremembé, no interior de São Paulo, é conhecido como 'Presídio dos Famosos'. Distante a cerca de 150 km da capital paulista, a cidade abriga unidades prisionais que já receberam detentas como Suzane Richthofen, Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá. Nas instalações masculinas, entre os presos famosos que já passaram pelo local estão Alexandre Nardoni, os irmãos Cravinhos, Gil Rugai, Mizael Bispo, entre outros. Atualmente, Robinho, Lindemberg Alves e o ex-médico Roger Abdelmassih seguem detidos no complexo de Tremembé, por exemplo. Pena em liberdade: 'Regime aberto' que beneficiou Nardoni, Jatobá, Richthofen e Matsunaga. Foto 1: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo | Foto 2: Luiza Veneziani/g1| Foto 3: Luara Leimig/TV Vanguarda | Foto 4: Wilson Araújo/ TV Vanguarda O g1 apurou que o fato de Tremembé receber presos considerados 'famosos' não é coincidência. O padrão é adotado há muitos anos pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), com o objetivo de garantir a segurança e a privacidade dos internos. Apesar do nome atribuído ao complexo, não há nenhuma mudança nos procedimentos e tratamento aos presos com relação às demais unidades prisionais do estado de São Paulo. A diferença é apenas no perfil dos presos nas unidades, a fim de evitar conflitos. A Penitenciária 2 masculina de Tremembé e a P1 Feminina, por exemplo, não abrigam chefes de facções, mas recebem presos em crimes de repercussão, políticos, médicos e agentes de força de segurança. Ao todo, o complexo de Tremembé abriga cinco unidades prisionais, sendo dois presídios masculinos, dois presídios femininos, além de um centro de progressão. A P2 masculina e a P1 feminina é para onde os presos famosos costumam ser transferidos. No caso da P1 feminina, o local já recebeu presas como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá. As três, no entanto, receberam benefício de liberdade condicional nos últimos anos e já não estão mais abrigadas no presídio. No presídio, as presas participam de atividades de cultura e trabalho. Na P1 Feminina, uma oficina da Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap) oferece os trabalhos de corte e costura, além de orfanato. No local, as presas produzem também uniformes para as unidades prisionais do estado. Já a P2 masculina foi criada após desativação do Carandiru, concluída definitivamente em 2002, após o massacre de 10 anos antes, em que 111 detentos morreram. Mesmo no regime fechado, os presos podem trabalhar na unidade. Dentro da P2 funcionam fábricas de carteira e cadeiras escolares, fechaduras e de pastilhas desinfetantes para vaso sanitário. Os presos também têm acesso a cursos de teatro e oficinas, como leitura e origami, e uma biblioteca. Ao g1, os advogados de Ana Lúcia Ferreira disseram que só vão se manifestar sobre a denúncia quando tiverem acesso ao processo e destacaram que "a investigada pretende colaborar com as investigações assim que for garantida à defesa o já solicitado acesso aos autos". Vídeo registra momento em que mulher é presa por associação com facção, em Taubaté Operadora de facções Segundo a Polícia Civil, Ana Lucia Ferreira atua como traficante interestadual e é responsável pela negociação para compra de drogas e armas de fogo para as facções criminosas. Ela é suspeita de gerenciar a logística interestadual nessas negociações e, por isso, vive se deslocando entre São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Ainda segundo a Polícia Civil, a mulher ostenta imóveis, joias e veículos e segue padrão de vida incompatível com a renda declarada. Operação mira abastecimento de armas e drogas para o tráfico Operação Além de Ana Lucia Ferreira, a operação da Delegacia de Combate as Organizações Criminosas e a Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) prendeu um homem e teve outros dois alvos. O esquema investigado é um “consórcio” de organizações criminosas voltado para municiar o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Presos: Ana Lucia Ferreira: ex-mulher de Elton Leonel da Silva, o Galã, um dos chefes do PCC e por anos o principal fornecedor de drogas e armas na América Latina. Ana ainda teve um filho com outro integrante da facção. Ela foi presa nesta quarta-feira (2) em Taubaté; Gustavo Miranda de Jesus: braço direito e operador financeiro de Fhillip da Silva Gregório, o Professor, morto com um tiro na cabeça em junho e até então o maior fornecedor do CV. Gustavo foi preso nesta quinta (3) na Pavuna, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ana Lúcia Ferreira e Gustavo Miranda de Jesus Reprodução/TV Globo Conexões O delegado Vinícius Miranda, titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, explicou que a investigação começou há mais de um ano, com foco inicial em Professor. A partir da análise financeira e patrimonial, os agentes chegaram a Gustavo, que movimentou mais de R$ 250 milhões em nome da facção. Ele era responsável por lavar dinheiro da facção com empresas de fachada e eventos como bailes funk. Um dos estabelecimentos seria um mercadinho que, segundo a polícia, praticamente não tinha atividade comercial. “Gustavo usava a própria família para movimentar os valores. Numa operação anterior, os pais e a irmã dele já tinham sido presos por emprestar contas bancárias para essas transações”, afirmou Miranda. Já Ana Lúcia é apontada como peça-chave na articulação entre o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital. Ana tem histórico de envolvimento com líderes do PCC e usava seus contatos na fronteira com o Paraguai, em Ponta Porã (MS), para intermediar o tráfico de armas e drogas para as organizações. “A Ana tem uma ligação direta com o ‘Professor’. Ela traz para o Rio o conhecimento que já tinha da região de fronteira. É uma articuladora que atua tanto para o Comando Vermelho quanto para o PCC”, afirmou o delegado. Ana Lúcia Ferreira, traficante interestadual das maiores facções criminosas do país, é presa em Taubaté Reprodução/TV Globo Ana Lúcia Ferreira, conhecida como Ana Paraguaya Reprodução/TV Globo Ana Lúcia Ferreira, conhecida como Ana Paraguaya Reprodução/TV Globo Ana Lúcia Ferreira, conhecida como Ana Paraguaya Reprodução/TV Globo Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina

FONTE: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2025/07/03/complexo-prisional-onde-suspeita-de-negociar-com-faccoes-foi-presa-e-conhecido-por-abrigar-detentos-famosos.ghtml


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